12 janeiro 2018

Um safari no Botswana - 5º dia: do delta a Moremi


O 5º dia foi essencialmente de deslocação entre o acampamento do delta e o Hyena Pan Lodge onde iríamos ficar 3 noites.
Saímos relativamente cedo do delta, até à estação dos mokoros. Mas o motorista que nos vinha buscar nunca mais aparecia. Nem o nosso, nem o de outro grupo que entretanto chegou também. Como mesmo nos confins de África também há telemóveis, ficámos a saber que um outro jipe tinha encalhado numa das pontes e que os carros estavam à procura de um caminho alternativo. Ao fim de mais de uma hora chegaram os carros de safari, carregámos tudo e partimos de encontro ao nosso autocarro (onde tínhamos deixado a maior parte da bagagem) e ao novo guia (e novo carro de safari) que nos iria levar para a Reserva de Caça de Moremi.
Como continuava a não haver a tal ponte, o motorista tentou regressar pelo caminho alternativo. Mas estava sempre a enterrar-se. Acho mesmo que ele não fazia ideia como é que se guiava em areia!!! De vez em quando tínhamos que sair do carro e ir uns bocados a pé!?!?, umas vezes chegou mesmo a pedir aos passageiros para empurrarem, coisa que nunca fiz... E não ouvia nenhuma das nossas sugestões sobre "ali ao lado não tem areia nem ramos, dá para passar melhor". Às tantas o guia resolveu que ia ser ele a guiar enquanto o motorista corria à frente do carro para encontrar o melhor caminho. Nunca tinha visto um carro de safari com problemas por causa de umas areiazinhas!!!! Enfim, ao fim de bastante tempo chegámos ao ponto de encontro, trocámos as bagagens e seguimos com o novo guia em direcção a Moremi.
Parámos para almoçar junto ao portão sul da reserva e atravessámos a reserva até ao portão norte, por uma estrada um bocado aborrecida: a floresta de mopani (Colophospermum mopane) estava muito densa e não se viam animais. É verdade que também era hora do calor, mas mesmo que não o fosse não se iria ver grande coisa...
E por fim, depois de atravessarmos o portão chegámos ao rio Khway, onde vimos esta curiosa família de hipopótamos, com um adulto e duas crias de idades diferentes.


Pouco depois, quando íamos atravessar a vau o rio Mbudi (qualquer dia deve haver uma ponte porque estavam já os materiais de construção à beira da estrada), demos de caras com um grupo de elefantes. Parecia que o passeio se ia tornar mais interessante. A travessia até foi bastante engraçada e numa das outras vezes que a fizemos lembrei-me de filmar (mostrarei noutro dia).

Continuámos estrada fora, até um desvio para uma picada, sempre no meio de floresta de mopani. Mas desta vez com mais sorte: através daqueles arbustos/árvores conseguimos ver outro grupo de elefantes que, pelos vistos, gostam bastante das suas folhas.

À beira da picada iam aparecendo uns pequenos lagos, quase todos praticamente secos, um ou outro com alguma água e alguma avifauna, sobretudo garças.
E por fim o guia diz-nos que estamos a chegar. E demos de cara com mais um elefante, este bastante grande, a atravessar a picada com ar de quem vinha de uma zona com água.


E logo a seguir a surpresa: o lodge estava à beira de um lago com as margens apinhadas de elefantes!

Os da foto de baixo estavam do outro lado do lago mas iríamos ver alguns bastante perto do lodge (continua...)

2 comentários:

Nautilus disse...

Tantos elefantes. A proibição da caça no Botswana rendeu. Mas já tenho visto queixas dos agricultores... Fazes ideia como é que lá resolvem o conflito homem-animal?
Esse lodge tem ar de ser muito giro. É aquele onde os elefantes vão tomar o pequeno almoço?

Laurus nobilis disse...

Deve ser fantástico chegar a um sítio e ver uma manada de elefantes à nossa espera. Aqui parecem muitos mas a população destes animais está a diminuir drasticamente. No final de 2016, havia pouco mais de 400.000 animais em todo o continente africano. Pese embora os esforços de alguns países, a caça ilegal continua...